Quem empreende no digital sabe: chega um momento em que surge à vontade (ou a necessidade) de unir forças com alguém. Seja para lançar um curso, dividir tarefas de produção e marketing, ou potencializar resultados, é natural buscar parceiros.
Mas aí vem a dúvida: vale mais a pena um contrato de parceria ou uma sociedade?
Essa é uma escolha importante. Vamos entender, as diferenças e o que considerar antes de decidir.
O que é um Contrato de Parceria?
O Contrato de Parceria é um acordo entre duas ou mais partes que decidem colaborar para um fim comum, em um projeto, sem a necessidade de crianção de uma nova empresa.
Cada parte contribui com sua expertise, e estabelecem em contrato como será essa contribuição, responsabilidade e como será feita a divisão dos resultados.
É uma forma “flexível” de trabalhar em conjunto. Ideal para testar uma colaboração, fazer um lançamento digital em conjunto ou validar uma ideia sem precisar abrir uma empresa.
A grande vantagem é que cada um mantém sua autonomia e o contrato pode ter duração limitada, com regras claras sobre divisão de lucros, responsabilidades e uso de marca ou materiais. Incluindo questões de titularidade de materiais desenvolvidos.
Mas é fundamental que o documento seja bem redigido: cláusulas vagas podem gerar conflitos, especialmente se o projeto crescer mais do que o esperado.
O que é uma Sociedade?
A sociedade representa um passo mais estruturado e comprometido na construção de um negócio digital.
Nesse modelo, os envolvidos tornam-se sócios de uma pessoa jurídica, com CNPJ próprio, responsabilidades jurídicas, contratuais e tributárias compartilhadas.
Os ativos pertencem à sociedade, o que inclui marca, materiais, cursos, plataformas e demais bens vinculados à atividade. Assim, em caso de dissolução, cada sócio tem direito à proporção correspondente à sua participação societária, o que pode tornar o processo mais oneroso e complexo.
Trata-se de um modelo mais estável, indicado para quem deseja construir um negócio de longo prazo, com marca consolidada e operação contínua.
No entanto, a saída de um sócio pode ser um processo demorado e custoso, pois exige alterações no contrato social, pagamento de eventuais haveres e, em alguns casos, a mediação de conflitos sobre valores e propriedade dos bens da empresa.
Como decidir o que é melhor para o seu negócio digital
Não existe uma resposta pronta, depende do momento e da relação entre as partes.
Se você está começando uma colaboração e ainda não conhece bem seu parceiro, o ideal é começar por um contrato de parceria.
Esse modelo permite colocar o projeto em prática com segurança, mas sem amarrar juridicamente os “riscos” envolvidos na sociedade. Se tudo correr bem, a sociedade pode vir depois, quando já houver confiança e alinhamento sobre objetivos, forma de gestão e expectativas financeiras.
Conclusão
Antes de escolher, é importante refletir sobre o nível de compromisso e de confiança existente entre as partes.
A parceria é um caminho que permite testar a relação profissional, compreender como será a dinâmica de trabalho e ajustar as regras com segurança, sem grandes custos ou burocracias.
Se, com o tempo, o projeto se mostrar sólido e a relação entre os envolvidos estiver madura, transformar a parceria em uma sociedade será apenas um passo natural.
No ambiente dos negócios digitais, avaliar caso a caso continua sendo a melhor estratégia.
